Pode ser interpretada como a prática de se comunicar com mortos para obter
informações do futuro, tendo a sua origem na crença de uma viagem para outro mundo após a morte, supondo que os recém-mortos, cujos corpos ainda estejam intactos, mantêm ainda relações com a vida, estando mais sensíveis à prática de contatá-los e questioná-los.
Porém, por um ponto de vista mais objetivo, a necromancia, também conhecida como nigromancia, é, de uma forma bastante simplificada, uma prática de fundamento ocultista que busca manter contato com a alma dos mortos através de uma ritualização determinada, com o objetivo de elaborar previsões, obter aconselhamentos e orientações das almas na vida cotidiana ou até mesmo escravizá-las. Pois, há uma suposta crença que os mortos, por não estarem mais limitados à condição terrena, têm uma percepção mais apurada e a propriedade de predizer o futuro.
Existem muitas suposições sobre sua origem histórica,a mais provável é de que ela surgiu no período pré-cristão na crença de povos asiáticos. No entanto, há também referências históricas entre os romanos e os gregos, e até mesmo entre os aborígenes americanos. Dessa forma, a Necromancia não está associada a nenhuma doutrina religiosa específica;
Os Rituais Necromanticos
Assim como em outras práticas
ocultistas, a Necromancia reúne uma série
de elementos necessários em seu cerimonial de evocação
que costumam se estender por horas: cânticos, instrumentos,
vestimentas e objetos que trazem uma representação
simbólica; além de horários e dias
específicos e outras referências que o praticante
deve observar. Dessa forma, segundo as tradições
necromantes, é possível promover uma conexão
espiritual com a alma dos mortos que ainda mantém-se
retidas num plano inferior. Esse contato só seria
possível com almas recém desencarnadas ou
que estejam vulneráveis no plano espiritual; ou seja,
que ainda não tenham sido conduzidas ao Reino Divino.
Contudo, a Necromancia, em sua acepção mais
pura e antiga, traz alguns aspectos mais macabros que outras
práticas adivinhatórias.
O uso de cadáveres,
ou de, no mínimo, partes do corpo como ossos, dentes,
unhas, pêlos e fios de cabelo, é comum à
Necromancia. Neste momento não há simbolismos
ou representações alegóricas. A presença
física de um cadáver ou de seus restos mortais
é freqüente nos rituais; pois, é o espírito
daquele corpo que será evocado. Ainda, objetos pessoais
do falecido, terra da sepultura ou fragmentos da lápide
ou do esquife também são utilizados. Em relatos
mais surpreendentes, o cadáver seria capaz de falar
por si próprio. Em outras situações,
a alma do falecido toma posse temporariamente do corpo de
um dos praticantes. Enquanto que cerimônias ritualísticas
em cemitérios com a violação de túmulos
e a mutilação de cadáveres poderiam
ser atividades corriqueiras aos praticantes da antiguidade.
Por
outro lado, as evocações de caráter
mais simbólico utilizam a Tábua de Ouija para
interpretar as mensagens recebidas do além. Até
mesmo o popular "jogo do copo", que se utiliza
de um copo de cristal com sua abertura voltada para a superfície
de uma mesa, sendo levemente conduzido pelos participantes,
que seguem a orientação do espírito
evocado, em direção à letras e números
escritos em pedaços de papel e previamente distribuídos
em círculo. Ainda, pêndulos e cartas também
podem ser instrumentos de comunicação e interpretação
para com os espíritos.
Entretanto, tais práticas
geram uma grande exaustão em seus participantes e
são extremamente perigosas senão forem bem
conduzidas. Segundo os grimórios que abordam o tema,
os praticantes estão sujeitos à possessões
demoníacas, danos físicos e psicológicos
permanentes, entre outros. Por este motivo, as cerimônias
devem ser administradas somente por pessoas experientes
e bem preparadas.
Fonte: Spectrum
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