Dois tipos de magia são discriminados pelos estudiosos
de todas as épocas: a Alta Magia
e a Baixa Magia. Jamais devem
ser confundidas com magia negra ou magia branca, que se tratam de tipos
de magia arbitrariamente designados como tal pela idiossincrasia da
moral de quem as trata assim.
A Baixa Magia seria a magia
de cunho terrestre, geralmente pagã (na acepção
etimológica original da palavra: "do campo" e não
como posteriormente adotada "não cristão") é
baseada no desregramento dos sentidos. É baseada na carne, na
terra, no suor, no sangue. É o tipo de ritual praticado pelas
tribos ditas "primitivas" e pelos cultos afro-americanos em
geral.
A Alta Magia seria a magia
do controle, a magia do domínio da realidade pelo homem. É
um tipo de magia intelectualizada e fria, baseada no "puro espírito",
ou melhor, na separação platônica da carne e do
espírito. O Mago escraviza entidades, ordena coisas, e para tal
tem que ser controlado tanto por dentro quanto por fora. O Mago Cerimonial
(de Alta Magia) é um sujeito que pratica a abstinência
dos prazeres corporais, pois só pode dominar o macrocosmo se
seu microcosmo estiver dominado. A missa é um exemplo de ritual
de Alta Magia, no sentido de que o padre prega, faz sermão, amedronta,
os outros participantes do ritual. Eles comem a carne e bebem o sangue
de cristo (resquício pagão) e recebem o Espírito
Santo. Tudo muito frio e ordenado, baseado no dogma de um livro. (A
missa já foi ainda mais cerimonial e cheia de etiqueta, mas um
concílio resolveu popularizar o ritual, trocando o latim e o
padre de costas pela conversa franca e ameaçadora de um padre
regendo pessoas). Na verdade a maioria dos magos cerimoniais eram padres
ou abades. Eliphas Levi é o maior exemplo.
Classificações
da Magia
- A Teurgia, ou Magia Iniciática
- é muito secreta e desconhecida por exigir do operador
aptidões excepcionais;
- A Alta Magia, ou Magia Usual
- exige um desenvolvimento intelectual juntamente com o desenvolvimento
psíquico cuja utilidade se impõe;
- A Feitiçaria,
que a maioria dos buscadores toma pela Magia única ou original
- emprega meios tradicionalmente transmitidos.
Ao
contrário do que se poderia imaginar, as operações
que não exigem dons excepcionais são aquelas classificadas
entre as mais elevadas em Alta Magia. As operações
que exigem do operador aqueles dons excepcionais encaixam-se mais
particularmente no quadro da Magia Comum, do qual faz parte a
Magia Pessoal.
A operação mágica consiste
no emprego de uma forma de energia cósmica, com a finalidade
de obter-se um resultado, sobre um ponto preciso. Assim, ela implica
um operador. Tal operador pode não ser uma pessoa física,
mas uma pessoa moral e pode ser também uma personificação.
Daí originou-se a Primeira Regra: "Nenhuma operação
mágica pode ser efetuada sem a intervenção
de uma Inteligência". Esta inteligência
aplica-se tanto a um ser humano ou uma coletividade humana, como
a uma personificação de energias ou a uma coletividade
fluídica.
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